Estamos chegando em Maragogi, a primeira cidade de Alagoas para quem desce o litoral Atlântico rumo à capital Maceió. Além das praias paradisíacas, da rica gastronomia e da excelente receptividade, a cidade oferece as piscinas naturais, formações de recifes de coral dentro do mar, formando áreas abrigadas, propícias ao banho, ao lazer, à contemplação.
A cidade é exemplo de preservação do meio ambiente aliada ao turismo sustentável. Atraindo uma multidão de visitantes todos os anos. É o segundo principal destino turístico do Estado e superou Porto Seguro na preferência dos clientes de uma das grandes empresas de pacotes turísticos do País. Tem excelente infra-estrutura e oferece cerca de cinco mil leitos aos visitantes.
A alta procura faz do turismo a principal fonte de renda da população, mas ao mesmo tempo exerce muita pressão ao meio ambiente, uma vez que as praias estão dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, a maior unidade de conservação federal marinha do Brasil, uma área de mais de 440 mil hectares e cerca de 120 km de praia e mangues.
A unidade busca compor os objetivos de conservação e preservação ambiental com o apoio da Fundação Toyota do Brasil, que destina R$ 500 mil por ano para as operações e mais R$ 500 mil para a composição de um fundo que busca a independência financeira da entidade nos próximos anos. Incentivando o turismo, as comunidades locais, a exploração controlada da pesca de subsistência e a pesquisa científica, usando os recursos naturais de maneira sustentável.
As áreas da APA Costa dos Corais são frágeis; os corais são organismos vivos e têm uma biodiversidade muito grande associada a eles, por isso é necessário ordenar o turismo para que não haja deterioração.
A beleza do lugar, a visibilidade privilegiada dos corais nos mergulhos com máscara e snoquel feitos pelos turistas podem levar muita gente a realizar pequenas ações que, no conjunto, acabam deteriorando o meio ambiente.
Por isso, o Instituto Chico Mendes, que tem no comando local o professor Iran Normande (Chefe do ICM-Bio Costa dos Corais) executa uma série de ações para ordenar a atividade turística, inclusive com palestras e orientação sobre o procedimento necessário dentro da APA para que a presença das pessoas não resulte em forte impacto ambiental.
“A gente define um número máximo de visitantes, um número máximo de embarcações, emitimos autorizações, credenciamos e capacitamos os operadores de turismo, para que eles façam essa condução dos visitantes de maneira a não prejudicar o ambiente e possibilitar que essa atividade seja viável durante muitos anos”, disse Iran Normande.
As embarcações são controladas, operam em rodízio, de forma que todos têm oportunidade de trabalhar. Elas têm um número máximo a ser transportado e um monitor capacitado pelo instituto acompanha os visitantes.
O número de visitantes diários é definido junto à prefeitura; caso você pretenda fazer os passeios em Maragogi, certifique-se junto ao operador de turismo se as reservas estão feitas, para não perder a viagem, pois na alta temporada a concorrência é grande.
Veja a primeira matéria da série APA Costa dos Corais: Feio e desprezado, o mangue é o berçário do mar