Lama da Vale com manganês, cobre e cromo atinge o rio, cuja água está em nível péssimo de consumo

A Fundação SOS Mata Atlântica, com apoio das empresas Ypê e Veja de produtos de limpeza, fez uma expedição em 22 pontos onde passa o rio Paraopeba, contaminado pela lama da barragem da Vale, rompida no último dia 25 de janeiro em Brumadinho, Minas Gerais. Foi analisada a qualidade da água nas regiões afetadas pela lama e avaliado o dano florestal.

O impacto dos rejeitos foi medido a 30 centímetros e a dois metros de profundidade da superfície da lama. As amostras tinham presença de metais pesados, bactérias e baixa oxigenação, o que é extremamente prejudicial para a vida dos animais.

Dos 22 pontos em que a água foi analisada, dez apresentaram resultado ruim e 12 péssimo. Anda foram encontrados metais pesados na água, como manganês, cobre e cromo.

As pessoas que tiveram contato com a água do rio poderão ter sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza por causa da contaminação com o manganês. É esse metal é que deixa a água com cor avermelhada.

Com os resultados da expedição, a Fundação pretende dar suporte na definição de medidas e ações socioambientais de recuperação e ressarcimento dos danos.

“Esperamos, com este relatório, evitar que eventos trágicos como esse se repitam, tendo como base o fortalecimento da legislação ambiental, com participação da sociedade na tomada de decisões”, disse Malu Ribeiro, especialista em recursos hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica.