Empresa monta uma operação de guerra para recolher quase meio milhão de garrafas vazias por dia

A cada minuto são consumidos 6,2 mil doses de cachaça 51, a marca mais vendida no Brasil. É uma exorbitância. Isso fora outras cachaças de grandes volumes, como a Pitu e a Ypioca e os mais de 30 mil produtores.

No total 1,5 bilhão de litros por ano, sendo um bilhão de litros de cachaças industrializadas e quinhentos mil de cachaças artesanais.

Imagine a quantidade de litros, garrafas e latas que, depois de esvaziadas, é jogada no lixo e destinada aos aterros sanitários, isso quando as embalagens não são descartadas na natureza e levadas pelos rios aos oceanos, poluindo o planeta.

Só da cachaça 51 são 450 mil litros são esvaziados por dia, o que equivale a 225 toneladas de resíduos. Diante de números tão expressivos, a Cia. Müller de Bebidas, que produz a 51, recolhe o máximo possível: dos 400 mil litros que saem diariamente das suas fábricas, em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco e em Pirassununga, São Paulo, cerca de 90% são recolhidas e envasadas novamente. No total são recolhidas 180 toneladas pós consumo.

O mais impressionante é a logística necessária para fazer essa operação, uma vez que a 51 é distribuída para nada menos do que um milhão de pontos de venda, desde grandes redes de supermercados até o menor boteco em mais de cinco mil municípios brasileiros.

O sistema de coleta atinge os rincões do País, em situações inimagináveis, como a entrega e o recolhimento na cidade de Tabatinga, a quatro dias de barco de Manaus, ou em municípios a milhares de quilômetros de centros regionais, com os caminhões na companhia atravessando algumas das piores estradas do País.

Em alguns lugares a cachaça é transportada a granel, para reduzir o custo operacional.

Chegam na fábrica de Pirassununga 20 caminhões por dia, provenientes de diversos locais do Brasil, com transporte a granel ou em engradados. A capacidade total de descarregamento na fábrica é de 936 mil litros diariamente, o dobro da capacidade de envase.

Diferente do carregamento a granel, que leva um dia, a operação para descarregar leva no máximo três horas. Passando por rigoroso controle de qualidade, que requer equipamentos específicos de higienização e inspeção, os vasilhames são retirados do caminhão e, rapidamente, retornam para o ciclo produtivo conforme o conceito de logística reversa.