Unidade Refúgio de Vida Silvestre, no Alcatrazes, já pode ser visitado

Uma portaria assinada nesta quarta-feira, 13, em São Sebastião, vai permitir aos turistas fazerem passeio embarcado e mergulho recreativo na unidade de conservação Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, em São Sebastião (SP).

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) abre unidade para visitação pública e assim fortalece o ecoturismo na região norte de São Paulo.

Agora as empresas e profissionais de turismo poderão se cadastrar para prestar serviços de visitação no refúgio e a expectativa é de que no próximo verão as visitações já estejam em plena atividade.

“O turismo em Alcatrazes é uma antiga reivindicação de vários setores locais. Ele possibilita a apropriação e a valorização pela sociedade desse importante patrimônio natural”, disse Kelen Luciana Leite, chefe do ICMBio local, lembrando que vai fortalecer o ecoturismo em São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, Bertioga, Guarujá, São Vicente e Santos.

A demanda por visitação ao Arquipélago de Alcatrazes é histórica, remonta à década de 90, quando foram iniciadas ações em prol da criação do Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes, que propunha o aumento da área marinha protegida e a implantação do ecoturismo como opção para o desenvolvimento sustentável.

Apesar da expectativa para o turismo no arquipélago, atividades com esta finalidade nunca ocorreram devido a restrições relativas à Estação Ecológica Tupinambás em algumas áreas, bem como por determinação da Marinha do Brasil, que em função de seus exercícios militares, interditou a navegação na região de 1998 até 2008.

O refúgio tem 1.300 espécies, sendo que 93 sob algum grau de ameaça de extinção. O arquipélago abriga espécies endêmicas e possui a fauna recifal mais conservada e biodiversa do Sudeste e Sul do Brasil, sendo também área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro.

Abriga sítios arqueológicos. importante patrimônio histórico e um dos maiores ninhais do País com reprodução de fragatas, atobás e gaivotões. Estão protegidas em Alcatrazes 259 espécies de peixes, destacando-se a garoupa e o tubarão-martelo, além da tartaruga-de-pente e da tartaruga-verde, ambas ameaçadas de extinção, baleias e golfinhos. A vegetação do arquipélago é formada por mata atlântica e campos rupestres, e já foram encontradas 320 espécies de flora.

O arquipélago de Alcatrazes faz parte do patrimônio arqueológico, histórico e cultural da região. Os paredões graníticos de 316 metros de altura no meio do oceano impressionam os navegantes por sua beleza, e suas águas com boa visibilidade e grande quantidade de vida marinha são um convite ao mergulho contemplativo.